25 de abr. de 2010

2ª Série - A União Ibérica e a invasão holandesa

De 1580 até 1640 Portugal vive uma situação atípica. O rei Dom Sebastião morre em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir, tal batalha foi uma Cruzada que o monarca resolveu fazer acreditando que seria vitorioso pois para ela essa era a vontade de Deus. Com sua morte Portugal fica sem descendente real, pois D. Sebastião não tinha filho, seu tio, o parente mais próximo e sucessor, D. Henrique, havia falecido em 1580. Inicia-se uma disputa pela coroa, dessa disputa sai vitorioso o rei da Espanha, Filipe II que era descendente, por parte de mãe, da família real portuguesa. Quando ganha a disputa surge a União Ibérica, Portugal e Espanha unem-se sob o mesmo governante.
“O reinado espanhol estendia-se até aos Países Baixos (Holanda e Bélgica). Algumas províncias dessa região, descontentes com o domínio católico e com a cobrança de pesados tributos lutavam para se tornar independentes da Espanha. A situação se complicou ainda mais quando Felipe II proibiu o comércio da Holanda com as colônias lusitanas. Resultado: os holandeses invadiram e conquistaram territórios pertencentes à Espanha, em especial, aqueles destinados ao tráfico negreiro na África e à produção de açúcar na América portuguesa.” No Brasil, em 1630, conquistaram Pernambuco.
Maurício de Nassau foi quem a Companhia das Índias Ocidentais (companhia que foi responsável pela colonização holandesa) enviou para governar os territórios holandeses no Brasil. Inicialmente as relações entre o novo governo e a população de Pernambuco foi amistosa. Nassau empreendeu várias obras de melhoria e infra-estrutura na colônia. Todavia, a Companhia resolveu modificar o comportamento com os senhores de engenho, cobrando os empréstimos que lhes havia concedido, executando os que não pagassem as dívidas, acrescendo juros à dívida inicial. Maurício de Nassau contrário a essa postura, se retirou do Brasil.
Os senhores de engenho rebelam-se com a situação e em um movimento conhecido como Insurreição Pernambucana, expulsam os holandeses. Mas se a Holanda invadiu Pernambuco, por que a União Ibérica (Espanha e Portugal) não a expulsaram? Durante esse período Portugal concentra forças em uma luta contra a dominação Espanhola, em 1840 Portugal consegue a separação, embora a Espanha continue atacando Portugal até 1644. Dentro desse período os recursos são escassos para uma investida sobre a Nova Holanda, pois Portugal estava concentrado em sua defesa contra a Espanha. A expulsão dos holandeses de todo o território nordestino vai ocorrer apenas em 1653, ai sim com o apoio do exército e marinha portuguesa.
Na busca de soluções para sair da crise em que se encontrava, Portugal tem uma série de iniciativas no sentido de controlar o comércio e os territórios brasileiros, cria companhias como a Companhia Geral de Comércio do Brasil e a de Comércio do Estado do Maranhão, cria o Conselho Ultramarino para ampliar o controle sob os domínios coloniais. Com o objetivo de garantir posse sobre seu território e ampliá-lo ainda mais, o governo Português incentiva a exploração do interior do Brasil na busca de pedras preciosas e funda a Colônia de Sacramento, em 1680, nas margens do Rio da Prata, para facilitar o acesso aos metais extraídos das minas da América Espanhola.
Mas isso é assunto pra um próximo post!
=)

2ª Série - A Escravidão

No último texto estudamos o “Descobrimento do Brasil” e o início do processo de colonização de nosso país. Verificamos que inicialmente Portugal não deu muita importância para as terras americanas de seu Império, apenas cerca de trinta anos após o descobrimento alguma política de imigração começou a ser pensada e estruturada. O Brasil precisava ser colonizado senão outros países tomariam suas terras! Dentro dessa perspectiva as grandes plantações de cana-de-açúcar foram a maneira escolhida para a expansão da Colônia e o Governo Geral tratou de apoiar tal empreendimento por todo o nordeste brasileiro: Como sabemos, o açúcar era um produto bastante caro para a época e não era produzido na Europa pelo fato da cana necessitar de climas tropicais para se desenvolver.
A principal força de trabalho empregada nessas plantações e no processo de fabricação do açúcar era formada por escravos, inicialmente indígenas, depois, africanos. Nesse texto iremos estudar essas escravidões e seu papel na formação de nosso país. Boa Leitura =).


A Escravidão Indígena X Africana

Ao chegar ao Brasil, os Portugueses logo fazem uso do trabalho indígena, inicialmente por meio de escambo: troca de serviço por quinquilharias que os índios não tinham acesso, como espelhos, miçangas, louças entre outras coisas; após esse contato inicial, os índios começam a ser aprisionados e escravizados. Logo nos fins do século XVI sua força de trabalho começa a ser substituída por africanos. Por que isso ocorre?
Começa-se a divulgar a ideia de que o índio seria menos capaz que o africano, que ele era mais propenso a se rebelar e a fugir do que o negro, a igreja que inicialmente apoia a escravidão dessa gente sem alma, desses vassalos do diabo como eram considerados os nativos americanos. Agora afirma que eles devem ser catequizados: os descendentes de Cam (africanos) tem mais pecados sobre a terra que os de Jafé (índios), e esses devem pagar por esses pecados mediante seu trabalho Assim como o açúcar mascavo se livra das impurezas e se torna branco, o trabalho dos escravos os fará livrar se de seus pecados e os tornarão puros para a vida no paraíso.
Além dos argumentos que tangem ao comportamento indígena: pessoas menos propensas ao trabalho, fracas, fogem com mais facilidade por conhecerem o território; a questão da mão de obra africana tem relação com o lucro que Portugal obtinha com o comércio dos escravos. O índio era capturado por particulares, na maioria das vezes, já o escravo africano era capturado (ou adquirido) e vendido por Portugal. A venda desses escravos, portanto, gerava muito lucro para a coroa, coisa que a escravidão indígena não fazia.


O comércio de escravos

Portugal mantinha feitorias na África que eram postos avançados lusitanos naquele continente. Estes postos geralmente estabeleciam relações com algumas tribos que capturavam negros que outras origens e vendiam para os portugueses por preços bastante módicos. Após serem adquiridos na África esses escravos eram armazenados em prisões e ficavam a espera dos navios para efetuar o transporte. Nos navios eles eram amontoados e recebiam um tratamento desumano. Aqui, esta palavra deve ser entendida literalmente, pois aquelas pessoas eram consideradas objetos por parte dos portugueses, a esse processo: o de transformar em coisa uma pessoa, chamamos reificação.
No Brasil, após um tenebroso transporte, os sobreviventes eram vendidos em feiras. Os compradores tinham o cuidado de adquirir escravos de diferentes procedências, para evitar a comunicação entre eles e assim diminuir a possibilidade de revoltas. Nas lavouras e engenhos o trabalho era pesado, 18, 20 horas por dia, todo o tempo sendo vigiados pelo capataz, alimentação ruim, a noite eram amontoados e presos na senzala, para que quando o sol raiasse o trabalho mais uma vez fosse iniciado. Vida bem diferente da do Senhor do Engenho, dono da propriedade, residia na “Casa Grande”, como era conhecida, cercado de luxos, empregados e escravos domésticos.


A resistência

Apesar de toda a vigilância e severidade do senhor do engenho e dos capatazes, os escravos tinham suas estratégias de resistência à situação que se encontravam. Essas estratégias eram variadas e poderiam ser ou não ser violentas.
Os meios mais evidentes de resistência eram a fuga e as insurreições. Os escravos fugidos em alguns lugares do Brasil se juntavam em Quilombos, que eram agrupamentos escondidos de escravos (muitas vezes, além de escravos, os Quilombos abrigavam índios, soldados que fugiam do serviço militar, criminosos e mulatos). Entretanto a fuga deveria ser muito bem articulada, pois os escravos eram propriedade do senhor, e este não gostaria de perder seu investimento, desse modo os capitães do mato, contratados pelo dono das fazendas, iriam caçar o escravo fugido, se encontrado ele seria severamente punido.
Alguns escravos eram “banzos”. O banzo era aquele que simulava doença ou induzia ela para não trabalhar. Muitos eram os casos de escravos que comiam terra para ficarem doentes e então conseguirem um momento de descanso. Outros utilizavam-se da feitiçaria, para amedrontar seus donos se diziam feiticeiros, a religiosidade da época fazia com que alguns senhores acreditassem nesse tipo de coisa e os mandassem embora.
Outra situação é inversa, em alguns casos o escravo era tão bem adaptado ao seu senhor e a seus funcionários que já conhecia todas as “manhas” para “matar trabalho” ou conseguir aquilo que queria. Nesse caso era muito mais vantajoso para eles ficarem no lugar em que estavam do que serem vendidos para outros donos. Desse modo muitos deles se tornavam banzos, ou mesmo se auto-flagelavam para não gerar interesse nos compradores.


Permanência

A escravidão, como veremos em estudos posteriores, permanece na sociedade brasileira como uma mácula. A situação de pré-conceito e marginalização da população negra no Brasil ainda persiste por conta das consequências dos séculos onde os africanos foram escravizados e ideias da inferioridade da raça negra divulgadas. Apesar da Lei Áurea de 1888, que aboliu o trabalho forçado, essas populações não receberam nenhum tipo de apoio governamental para melhorar sua situação social. E deste modo permanecem até hoje sofrendo uma situação criada há mais de quatro séculos atrás.

21 de abr. de 2010

Dicas para melhorar o aproveitamento do seu estudo

A principal reclamação de quem não gosta de História é a de que é preciso decorar muita coisa para se dar bem em uma avaliação. Eu acredito no contrário, você não precisa decorar nada para ir bem em uma avaliação, precisa sim, entender o conteúdo e compreender como as informações tem relação entre si. Desse modo a matéria fará muito mais sentido e terá muito mais utilidade para você.
Para que se entenda um assunto de fato é necessário um estudo bem feito e atenção na hora das explicações do professor. Cada um desenvolve a sua própria maneira de aprender ou ler, entretanto acredito que algumas coisas sejam básicas, ai vão algumas dicas:

  • O ambiente em que se estuda deve ser tranquilo, isso favorece a concentração naquilo que se lê;
  • Muitas pessoas gostam de ouvir música enquanto estudam, geralmente as músicas com letra distraem o estudante, as instrumentais em um volume adequado podem ser bem-vindas;
  • Estudar sentado com o material que se lê sobre a mesa é a melhor postura para o estudante, geralmente quando se deita ou se relaxa em algum ponto, você pode se desconcentrar e cansar com mais facilidade;
  • Para se entender um texto não basta apenas ler. Na maioria das vezes é preciso que se escreva em um papel os pontos ou idéias principais de cada parágrafo, de modo que ao final se forme um fichamento com as informações que o texto traz. Desse modo é mais fácil estabelecer relações entre elas;
  • Não se deve ignorar o significado daquelas palavras que não conhecemos, muitas vezes elas são fundamentais para se entender uma frase;
  • Deve-se cuidar com aqueles termos ou conceitos que fazem referência a outros conhecimentos. Por exemplo: mercantilismo. Tal termo se refere a um sistema econômico, é preciso que se entenda o que é mercantilismo primeiramente para depois entender a frase em que ele está inserido;
  • Um parágrafo é uma unidade de texto que expressa uma idéia, e é formado por um tópico frasal, desenvolvimento e conclusão. O tópico frasal, a primeira ou as primeiras frases do parágrafo, esclarecerão o assunto que o mesmo abordará, após isso vem o desenvolvimento, e por fim a conclusão dessa idéia;
  • As vezes é preciso que separemos um parágrafo em várias partes para que possamos entender o que ele quer dizer;
  • Não espere ter vontade de estudar para começar a ler. As vezes precisamos deixar de lado o conforto de fazer algo que nós gostamos e que não necessite de esforço mental e concentração, para começar a estudar, aprender e crescer mais.

Desejo bons estudos a todos e todas!

OBS
Peço desculpas aos 2ºs anos pela demora na publicação do resumo. Se serve de consolo para aqueles que estavam ansiosos por ter o conhecimento histórico divulgado aqui nesse site, em minha humilde opinião, e modéstia a parte, é claro, acredito que o texto de vocês ficou o melhor de todos!

2ª Série - "Descobrimento" do Brasil e Início da Colonização


Você com certeza já ouviu a história do Descobrimento do Brasil. Até algum tempo atrás essa história era contada da seguinte maneira: Pedro Álvares Cabral, navegador português, comandou uma esquadra de 13 navios, saiu de Portugal com destino às Índias no ano de 1500. Sua viagem tinha a missão de fazer comércio com aquele lugar e levar a fé católica para as pessoas “infiéis” daquela parte do mundo. Entretanto, no meio do caminho, houve um problema (como sempre acontece nas melhores histórias). Por algum motivo a esquadra se perdeu no meio do Oceano Atlântico, e então (agora é o momento em que o drama e o heroísmo entram brilhantemente no enredo), desbravando aquela imensidão azul que é o mar, navegando rumo ao desconhecido, procurando alguma referência nas estrelas ou no horizonte que lhes mostrasse o caminho de retorno a casa, cheios de incertezas e já quase entrando em desespero ante a situação que enfrentavam: a terra é avistada! Como era o oitavo dia de páscoa, o pedaço de terra elevado que se avistou foi nomeado de monte Pascoal, e aquela terra, Terra de Vera Cruz.
Com certeza essa é uma bela história! Principalmente para os fidalgos e membros da nobreza portuguesa. O ato do descobrimento do Brasil, segundo tal conto, foi heróico, recheado de coragem e bravura por parte daqueles que o fizeram, e que não por coincidência, também eram nobres. Logo se percebeu que essas terras que foram descobertas eram incivilizadas, cabia, portanto, à Portugal promover a civilização nelas. Civilizar, nesse caso, significa levar a fé católica aos gentios (índios), e fazer, de algum modo, aquele lugar gerar lucro.


O Descobrimento

Tudo indica que esta história do descobrimento contada acima não é verdadeira. Alguns argumentos foram elaborados para refutar a idéia de um descobrimento heróico para o Brasil.
O primeiro deles tem relação com o Tratado de Tordesilhas. O que foi esse Tratado? A América foi descoberta pela Espanha, portanto, apenas espanhóis teriam direito de colonizar nosso continente. Portugal era o país mais rico da época e mantinha uma relação muito próxima com o papado. Desse modo o papa abençoou (que nesse caso significa “pressionou a Espanha a aceitar”) um acordo estabelecido entre Espanha e Portugal, que ficou conhecido como Tratado de Tordesilhas. Nesse acordo ficou estabelecido a divisão das terras da América entre os dois países, tanto as terras já descobertas como aquelas que viriam a ser descobertas.
Agora, para não esquecermos que estamos falando de história, vamos nos ater um pouco às datas e usar nosso raciocínio lógico: A América foi descoberta por Colombo em 1492. O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 1494. E segundo o que temos, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil em 1500, e chega exatamente na parte destinada a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas. Sendo assim as terras da América foram divididas antes de Cabral chegar ao Brasil, o navegador português aportou em terras que já eram portuguesas. Será mesmo que a visão que ele teve do Monte Pascoal foi um acaso do destino?
Como se isso não bastasse temos relatos de que um navegador português, de nome Duarte Pacheco esteve em terras brasileiras um ano antes da descoberta oficial do Brasil. E o que é mais interessante é que esse mesmo navegador encontrava-se na esquadra de Cabral em 1500.
Por fim, o relato feito do descobrimento por Pero Vaz de Caminha mostra que não houve surpresa por parte da tripulação ou dos comandantes com o “achamento”. Isso pode indicar que essas pessoas tinham certeza de que encontrariam terra em algum ponto na atravessia do “mar longo” (termo utilizado por Caminha que pode-se entender como o mar que separa a costa africana da brasileira).
Ao defrontarmos com esses fatos percebemos que algo está errado com aquela história inicial. O que discutimos hoje em dia é que Pedro Álvares Cabral sabia para onde estava indo, e ele estava indo para o Brasil. Não é possível que uma esquadra de 13 caravelas, que saíram de Portugal, a maior potência mundial da época, que tinha os melhores navegadores, se perdesse sem mais nem menos no meio do oceano. A vinda de Duarte Pacheco em 1499, se é que existiu, foi uma viagem de exploração. Já a de Cabral, foi a viagem para oficializar o descobrimento.
Cabral era um nobre português, e como ele, havia várias outras pessoas de famílias importantes de Portugal nos navios: O Descobrimento de 1500 foi feito, pela fina flor da elite Portuguesa para valorizar e dar prestígio àquela gente e ao ato do descobrimento.


Descobrimento, Achamento, Chegada...

Os historiadores nos últimos tempos tem criticado muito o termo “Descobrimento do Brasil”, utilizado há tempos para se referir à chegada dos portugueses na América. Essa crítica tem relação com o fato dos portugueses não terem sido as primeiras pessoas a habitarem as terras tupiniquins. Quando chegaram em suas caravelas haviam índios no Brasil, várias populações de muitas etnias diferentes. Essa gente habitava nossas terras desde tempos imemoriais. Para o índio aquela terra onde ele cresceu e viveu era sua, ele tinha plenos direitos de viver ali. Assim como para o portugês, dentro de sua mentalidade colonial, as terras onde a igreja católica não era presente eram incivilizadas e pertenciam a ninguém. Assim o termo “Descobrimento do Brasil” ignoraria a presença indígena na América.
Portanto, será que o Brasil foi descoberto? Será que na verdade foi um achado? Ou será que o termo correto seria chegada?
Em minha humilde opinião, o termo que utilizarmos não faz tanta diferença, o que importa é estarmos cientes da questão da posse que envolve todos os termos, ou seja: para o português, utilizar o termo DESCOBRIMENTO significa dizer que os índios que aqui viviam não eram cristãos e civilizados a maneira européia. E eram os portugueses que de acordo com sua mentalidade deveriam evangelizar e civilizar essa gente.


O início da Colonização

Inicialmente, quando Cabral chegou, descobriu ou achou o Brasil, não foi dado muita importância para essas terras. Na verdade a menina dos olhos de Portugal era o oriente, as especiarias da Índia e China. Era muito mais lucrativo para a coroa portuguesa patrocinar uma viagem até esses lugares do que investir no processo de colonização do Brasil. Para se ter uma idéia, uma viagem até as Índias que voltasse com sucesso para a Europa, proporcionava para o dono do barco dinheiro para uma vida inteira sem mais precisar trabalhar.
Assim, o Brasil foi descoberto mas nenhuma ação colonizadora foi levada a cabo. O primeiro produto explorado no Brasil foi o Pau-Brasil. Árvore de madeira propícia a construção naval e de onde se extrai um corante vermelho, perfeito para desenvolver tintas. A exploração dessa madeira foi feita mediante concessões que a coroa fazia a empreendedores particulares. Ou seja, o dinheiro para investir na extração do Pau-Brasil não era do governo português, mas de homens de negócio da época.
Essa exploração foi feita com trabalho indígena. Os índios trabalhavam mediante escambo, ou seja, os portugueses davam quinquilharias, como espelhos, tecidos, panelas, miçangas, e os índios trabalhavam para eles.
A pouca presença portuguesa no Brasil fez com que vários países europeus que não tinham colônia na América enviassem expedições ao litoral brasileiro com o objetivo de ocupar o território. Principalmente, nesse início de colonização a França enviou várias expedições e inclusive tomou alguns territórios por pouco tempo.
Tal situação levou Portugal a iniciar uma política de colonização mais efetiva. Primeiramente envou Martim Afonso de Sousa, que em 1532 fundou o primeiro núcleo colonial, São Vicente, que era localizado no litoral de São Paulo. Afonso de Sousa iniciou o primeiro núcleo colonial, que era habitado em sua maioria por degredados, marinheiros desertores, pessoas exiladas de Portugal. A vida na colônia nessa época era bastante difícil.
Junto a vinda de Martim Afonso de Sousa, Portugal criou, em 1534, as Capitanias Hereditárias. Elas eram uma tentativa de fazer a colonização do Brasil através de capital particular. O que elas eram e como funcionavam?
As capitanias eram 16 faixas de terra que iam do litoral até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. Essas faixas de terra eram cedidas aos “Capitães Donatários” que eram ricos membros da nobreza ou elite comercial portuguesa, e essas pessoas ficariam responsáveis por promover a colonização e exploração dessas áreas. O lucro de todos os empreendimentos seria dos capitães, em troca eles deveriam cumprir uma série de deveres com a metrópole.
Os planos da coroa portuguesa não deram certo, as capitanias não obtiveram o sucesso esperado, apenas duas, que investiram na plantção de cana-de-açúcar fugiram do fracasso, foram elas São Vicente (São Paulo atual) e Pernambuco. O açúcar era um produto bastante valorizado na época, conhecido como ouro-branco e é ele quem vai ser o grande carro chefe da economia brasileira nas primeiras décadas da colônia.
Com o insucesso anterior, o governo português finalmente inicia a colonização por suas custas. Instaura o governo-geral em 1548. Tal governo tinha o objetivo de promover o assentamento dos colonos, os governadores então incentivavam a implantação de engenhos, faziam feiras regulares, combatiam o comércio ilegal de pau-brasil, cobravam impostos, entre tantas outras atividades. A primeira capital do brasil, sede desse governo foi Salvador. Esse governo era formado por câmaras municipais. Participavam dessas câmaras apenas pessoas ricas das cidades, fazendeiros e grandes comerciantes, esses eram considerados “homens-bons”, poderiam votar e ser votados, e assim decidir o destino de sua localidade. Portanto o governo-geral foi um governo de elites.

18 de abr. de 2010

1ª Série - Egito e Mesopotâmia

As civilizações que desenvolveram-se no Egito e na Mesopotâmia apesar de culturalmente distintas possuem muitas características em comum, a mais importante delas, talvez, é o fato de ambas serem Civilizações Hidráulicas, que desenvolveram-se ao redor de rios e tem sua vida totalmente atrelada a eles. A religião, arquitetura, artes, economia, ciência e tantos outros aspectos desses povos continuam fascinando os curiosos e pesquisadores até hoje. Todos nós já ouvimos falar sobre esses povos ou ao menos conhecemos algumas características de suas culturas, quem nunca viu uma múmia em um filme ou história?
A certeza que temos é que apesar de tudo o que já foi descoberto em pesquisas e exibido em filmes, as pesquisas continuarão a serem feitas e filmes e histórias continuarão a serem veiculados e produzidos, pois estas civilizações fazem parte de um período histórico onde a humanidade floresce, passa a viver em cidades, cria regras sociais complexas, sistematiza sua linguagem em esquemas de escrita, e produzem obras que de tão belas e imponentes, até hoje provocam espanto em quem as observa.
Nas próximas linhas vamos desbravar algumas das principais características dessas civilizações! Bons estudos!




Egito

Desenvolvimento do Egito nas margens do Rio Nilo


O Rio Nilo foi o responsável pelo desenvolvimento da civilização egípcia. Todas as cidades localizam-se em suas margens. As cheias periódicas do rio, que acontecem de julho a novembro, levavam o húmus do leito para as regiões inundadas, isto fazia com que as terras fossem fertilizadas, as águas do rio eram canalizadas em diques nas épocas de vazante e irrigavam as plantações que ficavam até cerca de 20km de distância. Esses canais não eram grandes obras de engenharia, mas sim de cooperação. Os camponeses (ou félas) trabalhavam em conjunto para mantê-los funcionando, se em um ponto o féla responsável não abastecesse o canal, o restante da rede de diques ficaria sem água.Divisão do trabalho e Canais de Irrigação: obras de coletividade.


Economia e Comércio


A economia é toda baseada na agricultura. O faraó é o dono de todas as terras do país, organizando todo trabalho agrícola. Também administrava as construções, pedreiras, e minas. No Egito predominava o regime de servidão coletiva, onde todos eram obrigados a trabalhar para sustentar o faraó, ou pagavam tributos na forma de bens para o estado.
Isso significa que a economia era altamente estatizada, ou seja controlada pelo Faraó, sendo assim não havia muito espaço para iniciativas individuais. Portanto era praticamente impossível alguém conseguir abrir um “negócio”, e se conseguisse seu mercado estaria restrito à nobreza egípcia, que consumia os produtos de origem estatal.
As principais atividades econômicas exercidas no Egito eram a agricultura, criação de animais, comércio externo e forjamento de metais. Na agricultura destacaram-se no cultivo do trigo, cevada, linho e papiro. Com o trigo os egípcios faziam pão, com a cevada, faziam cerveja, bebida muito apreciada pelos camponeses, com o linho fabricavam tecidos para confecção de roupas, e finalmente o papiro, natural do delta do Nilo (região em que o rio desemboca no Mar Mediterrâneo), servia para fabricar cordas, sandálias, barcos e principalmente papel (papiro), muito usado até a Idade Média.
Como no território Egípcio havia quase tudo quanto era necessário, o comércio exterior não foi muito desenvolvido. O mesmo pode-se dizer sobre o comércio interno, os servos recebiam tudo o que necessitavam do Estado e não possuíam poder de compra para adquirir o artesanato produzido. Tais produtos eram consumidos principalmente pela nobreza.
Na verdade podemos dizer que toda a situação econômica e comercial do Egito foi construída de modo a manter o Faraó no poder.




Religião e Cultura


O povo egípcio era altamente religioso. Essa religião era politeísta e antropozoomórfica, ou seja, havia um panteão com vários deuses e esses deuses assumiam forma metade humana metade animal. O Faraó era um deus encarnado, considerado filho do deus sol, por isso sua autoridade era máxima, todos os egípcios tinham cega obediência a ele.
A preocupação com a vida após a morte era uma das características básicas da religião egípcia. As famosas pirâmides são túmulos onde o faraó e tudo aquilo que pertencia a ele era enterrado. Acreditava-se que ele retornaria do mundo dos mortos e viveria novamente em seu corpo. Portanto seus pertences e riquezas precisavam ser guardados para sua segunda vida.


As mais famosas Pirâmides do Egito


Sociedade


A sociedade era bastante dividida com papéis bem definidos, podemos dividir ela em cinco partes: Nobreza, Sacerdotes, Funcionários Públicos, Servos e Escravos.
A Nobreza era formada pelo faraó e sua família, era a parte mais prestigiada da população, os Sacerdotes vinham logo em seguida, eram muito respeitados pelos seus conhecimentos e por serem mediadores dos homens com os deuses. Eram responsáveis pela administração dos templos, e escolas nas quais os médicos, escribas e outros profissionais obtinham seus conhecimentos.
Uma outra divisão social bastante prestigiada era a dos Funcionários Públicos. O Vizir era o cargo mais importante que alguém poderia conseguir, ele era o porta-voz do Faraó, controlava a arrecadação dos impostos, chefiava a polícia, fiscalizava as construções ao longo do Nilo, administrava as obras públicas e presidia o mais alto tribunnal de Justiça além de ser o ministro da guerra. Escribas e Soldados também eram funcionários públicos, a habilidade da escrita era para poucos, e essas pessoas cobravam impostos, classificavam o valor das propriedades, organizavam leis, fiscalizavam atividades econômicas entre outras funções. Os Soldados eram prestigiados, após um bom tempo de serviço eram recompensados com terras, ouro e altos cargos.
Os servos que compunham a maior parte da população eram divididos em camponeses, que trabalhavam em plantações e recebiam como salário uma pequena parte de sua produção. Nas épocas de cheia eles trabalhavam em obras públicas. Artesãos e Comerciantes podem ser classificados nessa categoria também, uma vez que praticamente todo o trabalho do artesão era encomendado pelo Faraó, da mesma maneira ocorria com os produtos do Comerciante, que não encontravam muitos compradores entre os camponeses.

Mesopotâmia



A palavra Mesopotâmia vem do grego que significa “entre rios”. Este é o nome do lugar onde se desenvolveram cidades ao longo do curso dos rios Tigre e Eufrates, que assim como o Nilo são caracterizados por cheias periódicas que fertilizam as terras que alcança.
As cidades mesopotâmicas tinham uma importante diferença se compararmos com o Império Egípcio, elas eram independentes. Cada cidade funcionava como um pequeno estado, por isso chamamos elas de Cidades-Estado, com governo e muitas vezes cultura e religião próprias. Apesar dessa independência, em alguns momentos da história mesopotâmica algumas cidades prevaleceram sobre outras é o caso do período do domínio de Lagash (2500-2360 a.C.) Assur (1800-1375a.C.) e Babilônia (1728-1686 a.C.).





Região "entre rios"


Sociedade


Na Mesopotâmia encontramos também uma rígida divisão social, a função de cada um era indicada pela camada social que pertencia. Os mais privilegiados eram Nobres, guerreiros, sacerdotes e funcionários públicos. Abaixo destes estavam os camponeses, trabalhadores livres que prestavam serviços as comunidades e escravos.


Economia


A agricultura era uma das bases da economia mesopotâmica, a atividade que mais envolvia mão de obra. O comércio, era também uma importante atividade econômica. Praticado através das caravanas (expedições de comércio em grandes grupos). Os comerciantes nômades percorriam extensas áreas para vender suas mercadorias ou comprar matérias-primas que não eram encontradas na Mesopotâmia. Os contatos comerciais eram feitos, principalmente, com sociedades do Oriente Médio e Índia.
Enquanto o Egito possuia grande quantidade de matéria-prima em seu território, a Mesopotâmia era escassa em recursos, o que fez cada vez mais o comércio ser uma atividade muito valorizada e lucrativa. Além disso, na Mesopotâmia temos trabalhadores livres que conseguem acumular capital o suficiente para gastar com produtos artesanais, o que desenvolve a monetarização da região, fazendo com que em 1800 a.C. apareçam bancos que já tinham serviço de conta-corrente, empréstimo a juros e poupança. O contole comercial era feito através de registros em placas de argila, utilizando caracteres cuneiformes (escrita em forma de cunha). Aliás, a invenção da escrita é atribuída a uma civilização Mesopotâmica, os Sumérios, cerca de 5500 a.C.


Escrita cuneiforme
Cultura e Religião


O Horóscopo é uma invenção Mesopotâmica, a religião era baseada nos astros. Equipamentos para a observação das estrelas, como o Astrolábio são invenções mesopotâmicas. A sofisticação foi tanta que essas civilizações chegaram a prever eclipses, identificar constelações e planetas e determinar fases da lua e estações do ano. As pesquisas astronômicas fizeram a matemática desenvolver-se, a álgebra e a divisão do círculo em 360 graus são dessa época. Também o calendário lunar, divisão da semana em sete dias, ano em doze meses, dia em dois períodos de doze horas, todas essas coisas invenções da região entre rios.
A observação dos astros era feita com a intenção de descobrir a vontade dos deuses, para que então a sociedade pudesse se organizar de acordo com aquilo que eles desejassem. Para desenvolver a observação e realizar cultos, foram construídos os Zigurates. Templos gigantescos, que além de funções religiosas e astronômicas, serviam como hospitais, bibliotecas e escolas.
Os Mesopotâmicos não davam a mesma importância para a morte que os egípcios atribuíam. Para eles a morte era uma passagem para uma dimensão inferior, os mortos, segundo eles passariam a viver na escuridão.


Zigurate


Babilônia


A Babilônia foi uma das mais importantes cidades mesopotâmicas, sua grandiosidade apareceu durante o reinado de Hamurábi. Este rei, utilizando sua habilidade bélica, conquistou várias cidades e regiões ao redor. Governou criando leis severas. O Código de Hamurábi baseava-se na idéia do “olho por olho, dente por dente”. Ou seja, a pessoa que cometia uma irregularidade ou crime pagava com uma punição no mesmo sentido e intensidade. Este código de leis foi registrado em escrita cuneiforme e gravado em pedras de argila. A economia da região era baseada na agricultura (praticada às margens dos rios Tigre e Eufrates) e no comércio.
Durante esta época a Babilônia tornou-se uma das regiões mais prósperas do mundo antigo. A cidade era composta de habitações luxuosas e grandes templos religiosos. Estes, eram administrados pelos sacerdotes, que também tinham a função de tomar conta das finanças do governo.
Após a morte de Hamurábi, a Babilônia perdeu força e foi invadida e conquistada por diversas tribos da região. Voltou a ganhar poder e importância somente no século VI AC, durante o reinado de Nabucodonosor. Este rei retomou as conquistas e ampliou as áreas de domínio e influência. Ordenou a construção de muralhas em volta da cidade. Dentro das muralhas foram construídos diversos templos e palácios luxuosos, decorados com pinturas e jardins. Para sua esposa, Nabucodonosor ordenou a construção dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia (uma das sete maravilhas do mundo antigo).




Código de Hamurabi

13 de abr. de 2010

3ª Série - I Guerra Mundial

“O primeiro conflito mundial foi um choque entre dois blocos de países com diferentes interesses, cada um decidido a aniquilar o outro, com uma violência sem precedentes que anunciava grande parte dos horrores que marcaria o século XX”. p. 34 LD


Trincheira e soldados utilizando máscara contra as armas químicas

- Em 1848, França e Inglaterra tornam-se repúblicas estáveis, seus governos conseguem ampla legitimidade e os dois países adiantam-se na corrida imperialista, ou seja, conquistam cada vez mais colônias na África e Ásia.


- Nessa mesma época Itália e Alemanha ainda não existem, os povos germânicos e itálicos estão organizados em dezenas de pequenos estados aos moldes medievais. Tais países vão se unificar apenas na segunda metade do século XIX.


- A Alemanha unificada sob o comando da Prússia, estado altamente militarizado, desenvolve-se rapidamente e quer seu lugar entre os países imperialistas.

- A estabilidade das Repúblicas Francesa e Inglesa, conseguida após muita luta e alternância de poder, aliada a política nacionalista, faz surgir um sentimento ufanista na população das décadas pós 1848. Tal ufanismo também é percebido na Alemanha e Itália, que precisaram divulgar a idéia de nação para legitimar os novos países criados. A Rússia que tinha-se como líder dos povos eslavos, a sérvia que lutava por conquistar parte de seu território dominado pela Áustria-Hungria também partilhavam desse nacionalismo ufanista. Esse sentimento geral impulsionou cada vez mais as pessoas para a guerra, no desejo de defender seus países.


Cartaz britânico de propaganda
do alistamento militar.




- Para se auto-afirmar e alcançar mais territórios na corrida imperialista, Alemanha e Itália iniciam um processo de pesquisa e desenvolvimento de novos armamentos. Os outros países não poderiam ficar pra trás e ao perceber tal empreendimento da Alemanha e Itália, também lançaram-se a fabricação de armamentos. Tal evento foi conhecido como “corrida armamentista”. Metralhadora, lança-chamas, tanque de guerra são apenas alguns dos inventos criados nessa época.

- Apesar da enorme rivalidade entre todos os países europeus inicia-se nesse período uma política de alianças, de modo que surgem dois blocos de países bastante claros: a “Tríplice Aliança”, formada por Alemanha, Áustria-Hungria e Itália e a “Tríplice Entente”, encabeçada pela Grã-Bretanha, França e Rússia.



- A união entre Alemanha e Áustria-Hungria pode ser explicada pelo fato de serem dois impérios, e de maioria germânica, a junção da Itália ao grupo tem relação com o fato deste país ter sido retardatário na corrida imperialista, como a Alemanha.


- Já a união da Entente é complexa: A França não se alia a Alemanha por conta do ressentimento que ainda existia da guerra Franco-Prussiana (A Prússia era um estado alemão) de 1870, a França saiu perdedora da guerra e ficou sem o território da Alsácia-Lorena; A Rússia entendia-se como líder dos países eslavos, portanto se viu na obrigação de aliar-se a Sérvia, país que na época tinha vários conflitos com a Áustria-Hungria; A Inglaterra, maior potência da época, inimiga histórica da França, via na Alemanha uma grande concorrente para sua indústria e navegação, portanto fez aliança com Rússia e França. Os líderes dos dois blocos estão formados.


- O Império Austro-Húngaro (Império germânico), abrigava em seus domínios várias populações de origem eslava, a Sérvia, país vizinho e eslavo queria que os territórios austro-húngaros habitados por pessoas eslavas fossem libertados. Em 1914, extremistas sérvios cometem o assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do trono Austro-Húngaro, como forma de protesto para a situação dos eslavos. Imediatamente a Áustria-Hungria sente-se atingida pela Sérvia e declara guerra a mesma, a política de alianças entra em ação e os países aliados de Áustria-Hungria e Sérvia participam do jogo. Todos exceto a Itália, que se mantém neutra.
O herdeiro do trono Austro-Húngaro Franscisco Ferdinando


- As pessoas da época esperavam que a guerra durasse pouco tempo, talvez 4 ou 6 meses. Entretanto o poderio militar dos dois blocos foi tão grande e tão equilibrado que fez com que o conflito se estendesse por 4 anos e 3 meses. Nunca, até então, houvera uma guerra das dimensões da I Guerra.


- O início do conflito foi marcado pelo que conhecemos como “guerra de movimento”, tropas alemãs marcharam pela Bélgica até a França, depois de alguns conflitos iniciais, a guerra de movimento deu lugar para aquilo que conhecemos como “guerra de posições” ou “guerra de trincheiras”. O poder de fogo de ambos os lados era tão forte que os exércitos cavaram trincheiras para defender suas posições. No inverno de 1914/5 760 quilômetros delas haviam sido escavados, partindo do canal da mancha até a fronteira suíça. Em alguns pontos, distanciavam-se apenas de 200, 300 metros uma da outra, em outros chegavam a 14km.


- As consequencias deste tipo de guerra foram aterradoras, lixo, cadáveres, ratos conviviam nas trincheiras com os soldados. Fome, frio, miséria, falta de suprimentos, inanição, desespero, todas essas palavras não expressam o que aqueles soldados sentiram.


- No fim de 1917 a Rússia abandona a guerra. O país passa por uma revolução interna que modifica seu governo, a Rússia se torna socialista. Em contrapartida por sua rendição, cede vários territórios para a Tríplice Aliança. Em 1918, as tropas que se encontravam na Rússia chegam até o front ocidental, conseguem algumas importantes vitórias, entretanto a chegada no mesmo ano do grande efetivo dos Estados Unidos, que entra na Guerra em favor da tríplice aliança, e desequilibra o jogo para seu lado. As vitórias são sucessivas, até quando em 3 Novembro a Áustria sai da guerra e em 9 de Novembro, na Alemanha é declarada a República de Weimar, no dia 11 é assinado o armístico pondo fim definitivo a guerra.


- Em 1918 o presidente Wilson dos Estados Unidos oferece uma proposta de paz. Entretanto sua proposta não é aceita pois não penaliza devidamente a Alemanha segundo os aliados. Em 1919, portanto é assinado o Tratado de Versalhes, esse sim, culpa a Alemanha por dar início a Guerra Mundial, e como penalização entre outras coisas, o país seria impedido de treinar exército com mais de 100mil pessoas, a Alsácia-Lorena seria devolvida a França, as colônias alemãs seriam cedidas à Grã-Bretanha e à França, o país deveria arcar com uma indenização de 269 milhões de marcos-ouro aos governos aliados.


- O Tratado de Versalhes foi humilhante para a Alemanha e injusto. Entretanto, os alemães não tiveram como recusar seus termos, ele fora imposto. As consequencias desse tratado para a Alemanha vão dar motivos para cerca de 15 anos depois, o mundo veja uma nova guerra surgindo, a II Guerra Mundial, que alguns historiadores julgam ser apenas a continuação da I, devido aos termos do Tratado de Versalhes.


- A guerra termina e o mundo tem uma nova super-potência, os Estados Unidos, que saiu da guerra ileso e em franco progresso. A Europa tem sua configuração política totalmente modificada, novos países surgem, outros perdem seus territórios. Mais de 20 milhões de pessoas morrem além daquelas que ficaram com sequelas para o resto da vida.



Europa antes da I Guerra Mundial. Em Rosa a Tríplice Entente em Amarelo a Tríplice Aliança.



Europa após a I Guerra Mundial: novos países




Para quem deseja saber mais a respeito da I Guerra Mundial, recomendo o seguinte site: http://www.terra.com.br/voltaire/mundo/primeira_guerra.htm
Os artigos que estão neste link foram desenvolvidos pelo professor Voltaire, do site educaterra. Sua leitura é bastante agradável fazendo com que o assunto seja facilmente entendido.
No mesmo site o autor ainda disponibiliza incríveis depoimentos de soldados que participaram dos conflitos.


Ainda, para quem gosta, o autor tem um artigo no mesmo site sobre a História das Guerras, ele fala de como as estratégias e armamentos avançam através dos tempos: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2003/08/22/002.htm


Boas leituras e estudos a todos e todas!


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