20 de out. de 2010

3ª série - O Governo de Hitler (3ª parte - II Guerra)

 texto extraído do site: http://www.brasilescola.com/historiag/hitler.htm

[...]Adotando uma teoria de cunho racista, Hitler dizia que o povo alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas com os arianos.

No campo político, o partido de Hitler era contrário à definição de um regime político pluripartidário. A diferença ideológica dos partidos somente serviu para a desunião de uma nação que deveria estar engajada em ideais maiores. Dessa forma, as liberdades democráticas eram vetadas em favor de um único partido liderado por uma única autoridade (no caso, Hitler), que estaria comprometido com a constituição de uma nação soberana. Entre outras coisas, Hitler defendia a construção de um “espaço vital” necessário para a nação ariana cumprir seu destino.

O ideário nazista, prometendo prosperidade e o fim da miséria do povo alemão, alcançou grande popularidade com a crise de 1929. Os nazistas organizavam grandes manifestações públicas onde o ataque aos judeus, marxista, comunistas e democratas eram sistematicamente criticados. Prometendo trabalho e o fim das imposições do Tratado de Versalhes, os nazistas pareciam prometer ao povo alemão tudo que ele mais precisava. Em pouco tempo, grupos empresariais financiaram o Partido Nazista.

No início da década de 1930, o partido tinha alcançado uma vitória expressiva que se manifestou na presença predominante de deputados nazistas, ocupando as cadeiras do Poder Legislativo alemão. No ano de 1932, Hitler perdeu as eleições presidenciais para o marechal Hindenburg. No ano seguinte, não suportando as pressões da crise econômica alemã, o presidente convocou Hilter para ocupar a cadeira de chanceler. Em pouco tempo, Hitler conseguiu empreender sucessivos golpes políticos que lhe deram o controle absoluto da Alemanha.

Depois de aniquilar dissidentes no interior do partido, na chamada Noite dos Longos Punhais, Hitler começou a colocar em prática o conjunto de medidas defendidas por ele e o partido nazista. Organizando várias intervenções na economia, com os chamados Planos Quadrienais, Hitler conseguiu ampliar as frentes de trabalho e reaquecer a indústria alemã. A rápida ascensão econômica veio seguida pela ampliação das matérias primas e dos mercados consumidores. Foi nesse momento que a teoria do Espaço Vital fora colocada em prática.

Hitler, tornando-se um grande líder carismático e ardoroso estrategista, impôs à Europa as necessidades do Estado nazista. Depois de exigir o domínio da região dos Sudetos e assinar acordos de não-agressão com os russos, o governo nazista tinha condições plenas de por em prática seu grande projeto expansionista. Com o início da Segunda Guerra, Hitler obteve grandes vitórias que pareciam lhe garantir o controle de um amplo território, suas profecias pareciam se cumprir.

Somente após a invasão à Rússia e a entrada dos EUA no conflito, a dominação das forças nazistas pôde ser revertida. A vitória dos Aliados entre 1943 e 1944 colocou Hitler em uma situação extremamente penosa. Resistindo à derrota, Hitler resolveu se refugiar em seu bunker, em Berlim. Himmler, um dos generais da alta cúpula nazista, tentou assinar um termo de rendição sem o consentimento de Adolf Hitler. O acordo foi rejeitado pelos Aliados, que continuaram a atacar as tropas alemãs.

Indignado, Hilter resolveu substituir Himmler pelo comandante Hermann Gering, que logo pediu para assumir o governo alemão. Irritado com seus comandados, em um último ato, Hilter nomeou Karl Doenitz como presidente da Alemanha e Joseph Goebbeles, chanceler. Em 30 de abril de 1945, sem oferecer nenhum tipo de resistência militar, Goebbeles, Hitler e sua esposa, Eva Braun, suicidaram-se.

18 de out. de 2010

3ª série - Tomada de poder dos partidos fascistas (2ª Parte - II Guerra)


As esperanças de dias melhores foram depositadas nos partidos de extrema esquerda e direita. Os partidos de esquerda que tomaram força nesta época são os de orientação socialista e anarquista. A maioria dos seguidores destes partidos pertenciam as classes populares. Já as classes médias e as elites precisavam de outra tendência política que não colocasse em cheque seus bens materiais e seu poder, foi ai que os movimentos de extrema-direita ganham força e importância.

Na Itália e Alemanha surgem partidos fascistas compostos por ex-militares, profissionais liberais e estudantes, na maioria desempregados. Neste processo as elites utilizaram as classes médias como “massa de manobra”, convencendo-as a engrossar as fileiras do partido Fasista. O partido fascista, tanto na Itália quanto Alemanha, tinha uma doutrina baseada na concentração de poder em torno do Estado. As principais características dele podem ser consideradas o Nacionalismo (valorização extrema da ideia de nação), Totalitarismo (poder total ao partido), Liderança carismática, Corporativismo (estado comandando todas as ações das corporações), militarismo e expansionismo (ideia fixa de aumentar o território e expandir o governo).

Foi divulgada a ideia de que com um poder rígido, centralizado no Estado, o governo poderia reerguer os países das crises que enfrentavam. O fascismo ergueu-se através de um discurso de apelo popular, que considerava humilhante a situação política e social enfrentada pela Itália e Alemanha.

Na Itália, Benito Mussolini liderava o partido da extrema-direita. Naquele país a esquerda estava dividida em vários partidos, o que acabava por enfraquecer sua força. Portanto o partido fascista toma ações para fortalecer-se. Estas ações estavam baseadas na propaganda e no medo provocado através de atentados e ações milicianas financiadas pelas grandes indústrias e bancos.

Além de todas estas ações Musssolini tinha estreitas relações com o Rei da Itália, rei este que permitiu por um acordo a tomada de poder pelo partido fascista num golpe que ficou conhecido como a “Marcha sobre Roma”.

Já na Alemanha a tomada do poder pelo Fascismo foi um pouco mais complicada.

Aquele país encontrava-se sob o governo da República de Weimar que como vimos administrava um país em crise. O partido nacional-socialista (de orientações fascistas), liderado pelo marechal Lundendorf e Adolf Hitler tenta dar um golpe de estado no ano de 1923, golpe este que foi frustrado: o partido ainda não possuia força o suficiente para se manter no poder.

O saldo do golpe foi a prisão de Hitler, que foi condenado a cinco anos de prisão (sendo que desses cinco anos ele cumpriu apenas 8 meses). Encarcerado o líder político escreveu um livro que acabou por ser a bíblia do sistema política que iria desenvolver na Alemanha, o Nazismo, o livro foi nomeado de Mein Kampf (Minha Luta).

Além da prisão do comandante o golpe trouxe preocupações para os países vitoriosos na Primeira Guerra, principalemtne aos Estados Unidos, que emprestraram grande quantia em dinheiro para a reconstrução da Alemanha. A ideia é simples: emprestar dinheiro para que a economia desenvolva-se, a população sinta-se satisfeita e os golpes totalitários e extremistas desapareçam. Ideia simples e que funcionou, o país teve um período de franco desenvolvimento e prosperidade, parecia a quase todos os alemães que as coisas realmente haviam mudado.

Entretanto não se esperava o colapso mundial ocorrido em 1929, as bolsas de valores do mundo inteiro despencam, e a crise que antes era apenas sentida na Europa, espalha-se pelo mundo inteiro, fazendo com que o dinheiro não chegasse mais a Alemanha e a crise tão temida voltasse a assolar o país. Tal situação foi um prato cheio para o partido Nacional-socialista ou Nazista. O partido assume-se como defensor da ordem contra o “terror vermelho” (partidos comunistas) e recebem o apoio das classes médias e com o tepmo a cumplicidade das autoridades. Quanto mais o desemprego e a crise se alastravam pela Alemanha, mais o movimento de Hitler tomava força. Nas eleições de 1932, os Nazistas não recebem a maioria de votos, mas pela pressão que os golpes e atentados fizeram, por toda a propaganda e crescimento do partido, em 1933 Hitler é convidado pelo presidente Hindenburg a ser o chanceler da Alemanha. No poder, Hitler levou menos de dois anos para se tornar o senhor absoluto do governo, abolindo todos os direitos fundamentais de associação, opinião e locomoção garantidos pela Constituição de Weimar.

Em 1934 o presidente Hindenburg falece, desse modo Hitler assume os poderes da presidência e de cara mostra as suas intenções: decreta a caça aos comunistas, fecha os sindicatos e partidos políticos, a imprensa é calada, os socialistas ou sindicalistas são mortos ou exilados e o direito de greve proibido.

Os judeus tem decretada sua incapacidade legal permanente, tornando-se alvos de perseuições de toda ordem. Outras leis raciais são impostas mais tarde, mas ai estaomos entrando no assunto do próximo texto: O governo de Hitler e a perseguição aos incapacitados.

3ª série - Antecedentes da II Guerra Mundial (1ª parte II Guerra)




Com certeza a II Guerra Mundial é um dos eventos históricos que mais causam fascínio sobre as pessoas. Por toda a destruição que ela causou, por conta do conflito ter dimensões jamais vistas pela humanidade, a mídia e os historiadores exploraram e ainda exploram o tema a exaustão.

Quantos filmes Hollywood já produziu sobre a guerra? Quantos livros, revistas, matérias em jornais? Quantos sites já foram publicados sobre o tema? Quantas horas professores de história passaram falando aos seus alunos sobre Hitler, batalhas, fascismo e tantas outras coisas?

Tudo isto contribui para tornar a guerra um tema muito caro para muita gente. Entretanto, apesar de toda esta produção, a discussão que a mídia elabora em torno do tema é geralmente muito rasa. Mmuito pouco se fala sobre as causas da guerra, muito pouco se discute questões centrais e que são de extrema importância ainda nos dias atuais. Portanto, este é meu humilde e difícil objetivo aqui, levantar alguns pontos centrais de discussão a respeito da II Guerra para que o entendimento do tema se dê de uma maneira mais ampla e significativa. Assim sendo, vamos lá!



Inicialmente devo considerar que alguns historiadores, entre eles o grande Eric Hobsbawn, consideram que não houveram duas guerras, e sim, apenas uma grande guerra com dois períodos de conflitos (1914-1918 e 1939-1945). Tal consideração se deve ao fato dos termos que fizeram parte do Tratado de Versalhes¹ darem condições para que a II Guerra aconteça. As penalizações que a Alemanha sofreu fizeram com que surgisse um sentimento de revanche na população, sentimento este que foi muito bem manipulado politicamente, como veremos adiante.

Com o fim da I Guerra, em 1918 a Europa inicia uma fase de profunda crise. Todos os países que se envolveram na guerra sofrem vários danos e tem que se reconstruir. Até então nunca a humanidade havia assistido a um conflito daquelas proporções. Muitos dos soldados que se alistaram em 1914 esperavam que as batalhas durassem poucos meses, talvez semanas. Jamais se pensou que tantas mortes e destruição pudessem ocorrer. Ao contrário do que todos imaginavam as destruições e mortes ocorreram causando um profundo abalo nos ânimos e economia européias.
Os países que mais sofreram este abalo foram os envolvidos na Tríplice Aliança, e entre eles, principalmente a Alemanha, que foi culpabilizada pelo início da guerra. Historicamente a Alemanha já era um país atrasado devido a sua unificação tardia e ao atraso na corrida imperialista (temas já estudados). Além deste atraso “histórico”, foi imposto a Alemanha a instauração de uma república após o fim dos conflitos, este novo governo ficou conhecido como Reública de Weimar.

A administração da Alemanha não era tarefa fácil, era preciso reconstruir o país e pagar todas as indenizações aos países vitoriosos que ficaram estabelecidas no Tratado de Versalhes. Além disto era necessário esmagar as facções extremistas de direita e esquerda que faziam sucessivos atentados.

A Alemanha se vê imersa numa crise política e econômica que encontra seu auge em 1923, quando tropas franco-belgas invadem o vale do Ruhr com a intenção de garantir o fornecimento de carvão, considerado uma dívida de guerra. A economia entra em colapso, a inflação foge ao controle, os preços subiam vertiginosamente. A mudança de valor da moeda era tamanha que os trabalhadores (aqueles que ainda não haviam perdido seus empregos) tratavam de gastar todo o seu salário no dia que recebiam, pois se esperassem apenas um dia a moeda já iria desvalorizar.

Situação parecida poderia ser observada na Itália, país tardiamente unificado e atrasado na corrida imperialista, possuia uma economia frágil. O Norte do país, capitalista e industrial sustentava todo o resto, que ainda possuia uma economia eminentemente agrária e feudal. Com o fim da guerra e dos auxílios financeiros dos aliados a moeda italiana desvaloriza em mais de 75%. Além disto graves problemas de desemprego, alta de preços, abastecimento e moradia que atingem grande parte da população, dão a possibilidade de que aconteçam várias greves, rebeliões e ocupações de fábricas.

Alemanha e Itália estão imersas em crises, a população dos dois países busca por soluções, busca por esperança de um futuro melhor. Essa busca pode ser observada também nos outros países da Europa. As pessoas não confiam mais nos governos que as levaram a guerra, alternativas são buscadas. Nesse contexto podemos perceber nas eleições em toda a Europa votos esperançosos para partidos de extrema direita e esquerda.

A solução precisava vir logo. A esperança de dias melhores de toda a população precisava deixar de ser apenas vontade e virar realidade. E foi o que aonteceu, como veremos adiante.





Notas:
¹ O Tratado de Versalhes foi imposto pelos países vitoriosos na I Guerra, em 1919, aos países da tríplice aliança. Neste tratado ficaram estabelecidas sérias restrições à Alemanha, como: Diminuição de território, proibição de manter exército com mais de 100000 homens, instalação da República, domínio de várias fontes de matéria-prima e indústrias alemãs por parte do capital estrangeiro, entre outros.