18 de mar. de 2013

Museu: História que continua acontecendo

"Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos
Estou me lendo e relendo."
(Carlos Drummond de Andrade)

Nas primeiras aulas do ano, procuro contextualizar a experiência de "ir a escola" com meus alunos. A ideia é mostrar que o que se faz ali tem historicidade. Problematizamos desde as negociações e disputas que ocorreram ao longo do tempo para definir um currículo, até a mudança nos comportamentos aceitáveis ou reprimíveis dentro do espaço escolar.
Claro que em algumas turmas esta discussão é mais ampla, noutras, menos. Mas o objetivo ao tratar destes temas é pensar a importância de se estudar história. Mostrando que a escola tem historicidade podemos perceber que o que vivemos nela não é algo desligado do passado; assim a história revela sua pertinência: compreender o presente. 

Pois bem. Indo além nesta discussão, concluimos que todos escrevemos a história, somos parte dela e ela parte de nós. Tudo tem história, tudo é feito de história (como sugere o título do blog) e estudar a história só faz sentido se conseguirmos compreender a ligação passado-presente.

E ai neste ano um aluno levantou a questão dos museus e de sua pertinência. Essa pergunta foi um prato cheio pois, pensar museu hoje em dia, e especialmente pensar museu em Brusque, é algo desolador. Temos instituições com acervos incríveis, entretanto não temos projetos que elaborem exposições atrativas, pedagógicas: não temos projetos que valorizem a educação nos museus. E foi justamente essa situação que tal aluno evocou ao dizer que: 

"Se a história só faz sentido quando a gente percebe que faz parte dela, então os museus que conheço não fazem sentido" 

Engraçado que muita gente se revolta ao escutar ou ler depoimentos desse tipo, e consolam-se pensando: essa juventude não valoriza mais o conhecimento. A história se transforma, nesse tipo de pensamento, uma preciosidade para poucos: um vinho fino, caro, de  uma boa safra antiga, que só paladares apurados podem aproveitar. Ora,  ao valorizar essas garrafas, não podemos esquecer das outras... assim como o vinho antigo, fino, raro e caro é incrível, um vinho jovem, refrescante, barato e equilibrado pode ser igualmente surpreendente. É vinho também, mas com outras características, basta saber aproveitar!

Não podemos pensar uma educação nos dias de hoje como já foi pensado há 30, 40 ou até mais anos atrás, assim como não podemos pensar o museu deste jeito. É necessário investir nestas áreas, investir em formação e inovação. É preciso adequar-se ao tempo em que vivemos e mostrar que todos fazemos parte da história, através de uma escola e uma atividade docente diferenciada e também através de exposições que cativem. 

Nesta semana vou poder chamar esse meu aluno e contar uma novidade museológica para ele. . Saiu ontem   matéria no Jornal Município sobre um novo projeto de educação no Museu da Azambuja. Fiquei muito feliz pela iniciativa e também ao descobrir que tenho amigos bastante competentes tocando o projeto a frente!

Ai vai o link:
http://www.municipiomais.com.br/site/noticia/geral/projeto-educacional-aproxima-alunos-da-historia-de-brusque



Que mais projetos como esse venham! A história precisa respirar para sobreviver para que possamos nos ler e reler!

14 de mar. de 2013

Capela Sistina em 3D

Aproveitando o ensejo do Conclave, ai vai um link para quem, assim como eu, ainda não foi pro Vaticano!

O site do próprio Vaticano disponibiliza uma visita virtual em 3d pela Capela Sistina, lugar onde foi realizado o Conclave, e obra prima de toda humanidade.

Ai vai o link:
http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html

Conclave na Capela Sistina

Guia de visita:


A Capela foi pintada por diferentes artistas e retrata várias passagens religiosas. 
Na parede esquerda, a partir do altar, estão as cenas do Velho Testamento:
1 – Moisés a caminho do Egito e a circuncisão de seus filhos, obra de Pinturicchio;
2 – Cenas da Vida de Moisés, de Botticelli;
3 – Passagem do Mar Vermelho, de Cosimo Rosselli;
4 – Moisés no Monte Sinai e a Adoração do Bezerro de Ouro, de Rosselli;
5 – A Punição de Korah, Natan e Abiram, de Botticelli;
6 – A Morte de Moisés, de Lucas Signorelli.
No lado direito:
1 – O Batismo de Jesus, de Pinturicchio;
2 – Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso, de Botticelli;
3 – Vocação dos Apóstolos, de Ghirlandaio;
4 – Sermão da Montanha, de Rosselli,
5 – A Entrega das Chaves a São Pedro, de Perugino;
6 – A Última Ceia,de Rosselli.


Entretanto, as obras mais incríveis, na minha opinião (e também dos especialistas), se encontram no teto e no altar, e foram concebidas e executadas por Michelângelo, sem o auxílio de ajudantes!

No teto temos:


1 - Deus separando a Luz das Trevas;
2 - Deus criando o Sol e a Lua;
3 - Deus separando a terra das águas;
4 - A Criação de Adão;
5 - A Criação de Eva;
6 - O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso;
7 - O Sacrifício de Noé;
8 - O Dilúvio Universal;

Altar:


Já no altar 
Michelangelo expressa a Justiça Divina, o tema é recorrente nos altares desde o período medieval. Aqui, Cristo está na parte central da composição e julga as pessoas que sobem ao céu em sua direita. Na esquerda os condenados vão em direção a Caronte e Minos. Interessante perceber a influência greco-romana (típica do renascimento) presente até mesmo na história representada. Na mitologia grega, Caronte é o barqueiro de Hades e Minos, rei de Creta que após a morte passou a ser um dos 3 juízes do mundo subterrâneo, responsável pelo veredito final.

Para quem quiser se aprofundar mais:


- Um infográfico feito pelo jornal O Globo com o detalhamento das partes da Capela:
http://oglobo.globo.com/infograficos/capela-sistina/


- Um artigo explicando a história da construção da capela e sua ornamentação:
http://www.metodista.br/ppc/caminhando/caminhando-16/o-juizo-final-de-michelangelo

Na parte direita, também a partir do altar, as cenas do Novo Testamento:


Fonte:
Além dos sites citados no texto, http://www.catolicismoromano.com.br/content/view/290/47/

13 de mar. de 2013

Novecento


Em uma de minhas últimas aulas com o terceirão citei o filme 1900 (Novecento), do aclamado diretor italiano Bernardo Bertolucci. 




Conheci ele em uma troca de ideias com o professor Mário. Ele me contou, em um destes recreios, que se deparou com um filme no youtube que havia assistido há muito tempo e recomendou que eu procurasse e assistisse também.
Pois procurei e depois das mais de 5h de reprodução eu me percebi embasbacado, diante de um das melhores coisas que já tive a oportunidade de assistir.

O filme conta a história de Olmo, filho bastardo de camponeses e Alfredo, herdeiro de uma família rica de latifundiários italianos. Além dos personagens principais a história gira em torno de suas famílias e suas relações sociais. Através deste foco o roteiro faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra Mundial. Passando pelo fortalecimento do partido socialista, fascista, cotidiano, exploração dos trabalhadores e diversas situações do cotidiano e cultura da época.

Um roteiro riquíssimo, cheio de ideologias, simbologias, diálogos geniais, fotografia impressionante, atuações fantásticas (com ênfase em Robert De Niro e Gérard Depardieu no início de suas carreiras). Tudo isso revelado de uma maneira poética. O cuidado e a riqueza de detalhes são tão elaborados que nos sentimos transportados no tempo. Uma verdadeira obra de arte.



Quanto à parte histórica, o filme não é neutro, aliás isso é impossível. Podemos perceber tintas exageradas em certas cenas, mas em minha opinião, um bom espectador não se deixa influenciar por isso: ele interpreta tais exageros como fruto de um tempo e lugar de produção. Quando se assiste ao filme desta maneira crítica e poética ao mesmo tempo, podemos aproveitar com mais riqueza tudo o que ele pode nos oferecer.

Ai vai o link da primeira parte do filme no youtube:


A segunda parte eu só encontrei em sites para download, e quem tiver interesse, possuo as duas partes em arquivo .avi em meu computador. É só dar um toque e ter um pendrive com 3gb livres.

Conforme conversamos em sala, aceitarei trabalhos sobre o filme. Para mais detalhes, falem comigo. 



Bons estudos!

12 de mar. de 2013

Arquitetura Gótica e França

Para quem se interessou pela arquitetura gótica, ai vai um vídeo sobre a França que explica brevemente o processo de construção da Catedral de Notre-Dame e sua importância.



E para quem quiser adiantar-se, vale a pena assistir aos outros vídeos da série (são 5 no total). Eles abordardam o Período Absolutista e a Revolução Francesa, nossos próximos assuntos na disciplina!


Bons estudos!